Apontar Erro dos Outros Não Significa Que Você Esteja Certo

“É fácil criticar corretamente; e difícil executar mediocremente.” – Denis Diderot
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Sempre comentei e defendi aqui que a autocrítica é essencial e muito importante para se ter uma vida mais equilibrada.

E quando digo uma vida mais equilibrada quero dizer que as pessoas que fazem autocrítica com frequência (por desejo próprio para autoconhecimento e não forçadas por outras pessoas) conseguem viver mais sereno e de maneira mais relaxada.

Fazendo essa análise constantemente elas vão perceber que qualquer uma delas é apenas mais um neste mundo. Algum deles pode se destacar em alguma atividade individualmente, mas no geral ninguém é nem muito pior como nem muito melhor que outros.

Por isso, para mim, uma das maiores descobertas que uma autocrítica constante e sincera nos proporciona é a palavra humildade, pois com ela se percebe que qualquer um é apenas um grão de areia numa praia ou uma estrela no universo e ninguém vive sem ajuda dos outros.

Pode haver um ou outro grão de areia maior ou umas estrelas mais brilhantes de destaques, mas a beleza da praia ou do universo está justamente no seu conjunto – grande conformidade e alguns destaques.

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Bom, se autocrítica nos mostra e ensina que não somos muito melhores que outros (e em algumas vezes podemos ser muito piores), devemos ficar apontando os erros que vemos nos outros?

Mas se baseamos nessa premissa que “ninguém é melhor que ninguém”, o que fazemos quando enxergamos algum erro? Devemos mesmo assim mostrar?

E o último, se estamos cometendo algum erro sem perceber (por ignorância, burrice ou por orgulho), outros podem ou devem apontar para nós os nosso erros?

Eu, particularmente gostaria muito que que alguém pudesse me dizer onde errei para que eu possa corrigir e melhorar como pessoa. Ao mesmo tempo eu acho que outros deveriam procurar fazer a mesma coisa: necessitam que alguém mostre para eles os erros cometidos e ouvir conselhos alheios.

Mas também já vi muitas pessoas se aborrecendo com isso, negando-se a ouvir conselhos dos outros.

E o que eu tiro de tudo isso? É realmente preciso conviver com as diferenças de outras pessoas, deixando-as viver da maneira delas – poucas pessoas gostam de ouvir outros. E isso também não é tão errado assim!

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A verdade é que é muito importante descobrir os erros para que eles possam ser corrigidos.

Mas acho que o maior problema de tudo sobre esse ato ou processo de demonstrar os erros dos outros é que não procuramos entender mais a fundo a sua segunda parte!

E é essa segunda parte que as pessoas sem querer acabam dando uma importância (exagerada) que deixa ambas as partes constrangidas.

E essa segunda parte envolve exatamente a segunda parte do título deste texto: “apontar erro dos outros não significa que você esteja certo”..

E há três pontos que precisam ser lembrados aqui:
– a maneira como apontar erro dos outros pode não estar certa;
– ao apontar um erro não quer dizer que você está fazendo a mesma coisa de maneira certa;
– e nem significa que você saiba como fazer a coisa de maneira certa;

Sem lidar com esses três pontos todos os apontamentos ficam pessoal e soam como críticas! Em vez das pessoas apenas reconhecerem os erros cometidos (principal) elas acabam se sensibilizando mais com a parte pessoal, ou seja, dando importância em demasiada às críticas (secundário).

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“Criticar os outros é algo muito perigoso; nem tanto pelos erros que você pode cometer ao criticar, mas pelo fato de você poder estar revelando algumas verdades a seu respeito.” – Harold Medina
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A humildade é a chave para lidar com tudo isso descrito acima! A humildade nos dá clareza (maturidade para entender e lidar os problemas tanto pessoais como dos outros) e uma força interior firme (insistência em fazer de tudo de modo adequado para resolver os problemas).

A humildade não nos permite apontar erros dos outros sem antes verificar a si mesmo. A humildade não nos permite tornar em pessoas que apontam erros dos outros apenas por prazer e não por amor.

Isso porque a humildade exige a famosa autocrítica (que venho explorando) para que possamos reconhecer as nossas próprias fraquezas. Reconhecendo as nossas próprias fraquezas nos permite entender melhor as dificuldades de outras pessoas e passamos a ser mais paciente e tolerante com outros.

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Entenda e tenha paciência com os erros dos outros! Pode-se também aprender com os erros dos outros!

Usemos os nossos próprios erros e erros dos outros para estimular uma renovação constante nos diversos aspectos da nossa própria vida!

E como nós não estamos sempre certos, são necessários: a quebra eterna de paradigmas, o voto de permanente renovação e autocrítica. Tudo isso nos afasta da zona de conforto, obrigando-nos a encarar o incerto de tempo em tempo.

E isso só reforça mais ainda a tese de que nunca estivemos muito certos, não estamos muito mais certos e nunca estaremos completamente certos! Se alguma vez estivemos certo é porque maquiamos muito bem os erros!