Negacionistas E / Ou Terraplanistas

No mundo atual de pessoas apressadas e das sem tempo, vejo vários problemas acontecendo depois que elas leem algum texto.

E para provar isso, eu o desafio a ler até o final pois você irá se surpreender!

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1. Algumas pessoas leem apenas o título mas sem ler o texto e já vão tirando suas conclusões pessoais. E essas “conclusões” simplesmente nada se baseiam no texto que “leram” e na maioria das vezes nem batem com o título do texto. Há outras que até leram rapidamente o texto foi escrito, mas baseando mais nas fotos, no título ou em alguns trechos que “acham” que leram.

Com essas leituras “rápidas” que fazem, elas conseguem discutir e argumentar com outras pessoas (chegam até atacar) baseado naquilo que acreditam “ter” lido sem ter muita certeza das coisas.

Por isso, quando são questionadas sobre as fontes (qual autor, qual veículo de imprensa, quando foi publicado, etc.), essas mesmas pessoas geralmente respondem de maneira muito genéricas e imprecisas. Chegam a responder de maneira condescendentes e impaciente, tipo: todos estão falando sobre isso, está em todos os veículos, estes dias aí atrás, etc.

Seus argumentos podem até estar de acordo com o texto, mas isso só acontece por sorte. Pois muitas vezes elas estão argumentando algo contra ou a favor um texto sem saber o que o ele está dizendo exatamente.

Isso só prova que os textos que leram em si não é importante, servem apenas para apoiar as suas próprias teses (a favor ou contra alguma coisa). Essas pessoas precisam apenas de algo para apoiar aquilo que elas já acreditam, não necessariamente o que realmente foi escrito – ou seja, o seu conteúdo.

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Terraplanismo é um termo anti-científico e negacionista utilizado para explicar que a Terra é plana. É uma teoria conspiratória baseada em algumas passagens da Bíblia, em dados sem comprovação da ciência e na imaginação de seus adeptos.

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2. Há também aquelas pessoas que leram algum texto (inclusive o título e as imagens), mas ou não entenderam, ou entenderam errado ou simplesmente entenderam o texto ao contrário.

Aqui de novo, essas pessoas podem usar o texto para apoiar aquilo que já acreditam independentemente do que foi escrito. Muitas vezes chegam a distorcer o texto, usando o trechos do texto (muitas vezes fora do contexto) para apoiarem suas teses (já formadas).

Há casos em que o leitor critica o conteúdo de um texto quando o texto estava exatamente concordando com a ideia do leitor. Chega a ser muito cômico porque só mostra que essas pessoas não leram o texto ou entenderam errado um texto.

Acho que vocês já viram ou ouviram isso, não?

Isso pode ser engraçado até certo ponto, mas a médio ou a longo é assustador!

Só uma pequena observação aqui. Não sei ao certo, mas acredito que algumas dessas pessoas podem não ter entendido um texto ou terem entendido errado um texto porque nunca precisaram ou nunca quiseram ler a fundo um texto.

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Há muitos tipos de leitores além dos dois tipos de leitores acima. Citei apenas brevemente dois de muitos tipos de leitores como exemplos para se chegar ao terceiro tipo de leitores.

Mas é com esse terceiro tipo de pessoas que explicarei o título do meu texto.

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3. Essas pessoas do terceiro grupo leem e compreendem muito bem um texto e sabem muito bem reconhecer e/ou dar valor a um bom texto.

Mas não é bom saber ler e compreender um texto? Seria ótimo se algumas dessas pessoas não agissem de má fé!

Mas como assim agir de má fé? Por que alguém agiria desse jeito? E quais poderiam ser suas consequências?

Bom, vou tentar explicar com mais detalhe possível.

Pode não parecer, mas agir com má fé é o que mais acontece hoje na nossa sociedade, principalmente na política através de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação.

As pessoas desse grupo, como outros tipos de leitores que já levantei anteriormente, já têm suas opiniões definidas e fixas. Mas o que diferencia dos anteriores é que suas crenças geralmente podem vir de convicções éticas, religiosas, políticas e ultimamente e principalmente: as ideológicas.

Essas pessoas ou esse grupo querem ser dominante, ou seja, querem ser o dono da verdade. E para provar que estão certos (que até tem parte da razão) precisam desmerecer outras pessoas ou outros grupos que têm opiniões contrários ou diferentes das suas (que muitas vezes também tem suas razões).

A verdade é que os pontos de vista de um grupo não necessariamente contrariam ou anulam os pontos de vista de outros grupos. Muitas vezes muitos dos pontos de vista de cada grupo podem se complementar e há outros que realmente são diferentes.

Entendo que quando falamos de ponto de vista, estamos falando de preferências e escolhas. Muitas dessas preferências têm consequências terríveis, mas mesmo assim tem pessoas que as escolhem (por ignorância, fé, ideologia, etc.).

Por isso é impossível bater martelo para dizer que um grupo está totalmente certo enquanto outro está totalmente errado.

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Negacionismo: Negacionismo é a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável. Trata-se da recusa em aceitar uma realidade empiricamente verificável, sendo essencialmente uma ação que não possui validação de um evento ou experiência histórica.

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Para ser dominante (poder ter toda a razão do mundo), essas pessoas (ou melhor, ativistas) precisam diferenciar de pessoas e de outros grupos que tem ideias diferentes das suas para se sobressaírem.

No começo podem parecer bem educadas ao defenderem simplesmente suas ideias, mas com o passar do tempo quando são questionadas e/ou percebem que não tem “toda a razão” do mundo, a primeira coisa que fazem é partir para o ataque.

Por que essas pessoas partem para o ataque? Porque elas se auto julgam certas e outras de ideias diferentes erradas.

O pior é que essas pessoas precisam estar certas, ter razão em tudo, em querer controlar tudo e controlar todos. Quando são desafiadas ou contrariadas, em vez de dialogar com outras pessoas (para entender a fundo ideias dos outros ou fazer auto criticas de suas próprias ideias), preferem simplesmente insistir nas suas próprias ideias de maneira cega.

Com o passar do tempo, ao se sentirem contrariadas e ameaçadas constantemente, começam a ficar amargas e ressentidas. E para se manterem no domínio (ou ter razão) atacam e/ou desmerecem pessoas ou grupos com ideias diferentes. Elas usam várias táticas e vou também citar apenas 3 principais utilizadas ultimamente: distorção, falsa equivalência e até redução ao absurdo.

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Distorção: desvirtuamento, infidelidade, proposital ou não.

Falsa equivalência: Falsa equivalência é uma falácia lógica em que dois argumentos opostos parecem ser logicamente equivalentes quando de fato não são. Essa falácia é categorizada como uma falácia de inconsistência.

Redução ao absurdo: é um tipo de argumento lógico no qual alguém assume uma ou mais hipóteses e, a partir destas, deriva uma consequência absurda ou ridícula, e então conclui que a suposição original deve estar errada.

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Todas estas táticas podem ser ardilosas e traiçoeiras e se não prestarmos atenção e procurarmos a verdade, podemos ser facilmente enganados sem perceber. E não só isso, podemos até querer passar as informações recebidas para outros.

Mesmo que não queiramos ou não acreditemos, sabemos que existe pessoas terraplanistas e/ou negacionistas no nosso meio (talvez sejam poucos, espero). Mas o que podemos ou devemos fazer com estas pessoas? Podemos até tentar conversar com elas, mas geralmente no final seria sempre melhor deixá-las com suas crenças e falando sozinho.

Por isso pergunto sempre para mim mesmo: vale a pena ficar gritando a palavra terraplanista para as pessoas que acreditam que a Terra é plana? Adianta ficar gritando a palavra negacionista para pessoas que negam a ciência? Simplesmente não adianta brigar com essas pessoas ou tentar converter a crença dessas pessoas, criticando-as ou até xingando-as.

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Mas ultimamente temos ouvido demais as palavras terraplanista e negacionista não no seu sentido literal mas como táticas contras pessoas ou grupos que têm ideias diferentes suas. Mas essas pessoas têm usado principalmente essas duas palavras (entre outras que nem vou citar aqui) apenas para falar mal e/ou desacreditar seus opositores ou adversários, principalmente na área política.

Como já disse anteriormente, o que se pretende ficar chamando os opositores ou adversários se eles realmente são contra ciência e/ou acreditam que a Terra é plana. E é daí que se percebe claramente que não são terraplanistas e/ou negacionistas, estão simplesmente sofrendo ataques.

Você já pensou se esses opositores estão sofrendo ataques, pode ser porque eles tenham razão (ou parte de razão) naquilo que estão falando. Estão apenas sendo desacreditados e/ou ridicularizados para que a verdade não seja vista ou seja distorcida.

E mais um: quando percebemos que alguém ou algum grupo está usando meias verdades (distorção, falsa equivalência e redução ao absurdo) contra seus adversários, precisamos estar atento às informações que recebemos desse mesmo alguém ou desse grupo.

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Eu, pessoalmente, não gostaria de ver apenas “a verdade” de um lado. Não quero que nenhum grupo me convença da sua “verdade”, principalmente quando este grupo está tentando convencer alguém menosprezando ou debochando a “verdade” de grupos que discordam dele a toda hora.

Sei que hoje em dia muitas vezes é preciso se destacar para sobressair, mas ninguém precisa bater nos outros (pois os outros grupos podem ser adversários mas não inimigos) para mostrar sua “verdade”. Basta apenas afirmar suas certezas, argumentar e colocar os seus pontos de vista sobre “a verdade” dos outros (onde e/ ou por que concorda e onde e/ou discorda).

Só há duas situações possíveis quando alguém usa palavras citadas para chamar os outros: ou é verdade ou é mentira. Uma pessoa que não acredita em ciência aceita quando alguém a chama de negacionista (pode chamar quantas vezes quiser), ela aceita porque é a pura verdade. Mas quando uma pessoa que não acredita que Terra é plana é chamada de terraplanista, ela vai negar porque é mentira. Ela pode chegar a se revoltar quando o acusador só acusa sem provar sem deixá-la se defender.

Por isso, quando você tenta desacreditar outros humilhando-os ou ridicularizando-os só mostra sua própria insegurança em relação à sua própria verdade – muitas vezes não consegue provar aquilo que está acusando.

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As palavras negacionista e terraplanista foram usadas demais durante a pandemia, onde um grupo se achava que sabia de tudo, usando “a ciência” como arma para querer amedrontar, chantagear, tentar ditar regras e controlar os meios de comunicação e consequentemente, a população em geral.

Como os cientistas já sabem tudo sobre o coronavírus se ele é tão novo e tão recente? Vimos claramente que tudo o que foi falado (origem do vírus, contágio, prevenção, mutações, lockdown, vacinas, eficiência vacinal, passaporte vacinal, término da pandemia, etc.) sobre o vírus mudou várias vezes nesses dois anos e até hoje nenhum estudo foi considerado definitivo.

Não há um consenso entre os próprios cientistas pois eles ainda estão estudado e fazendo experiências e por isso apenas tem pipocado vários estudos controversos, uns aqui e outros lá. E por serem controversos podem e devem ser sempre atualizados, podendo ser desmentidos ou comprovados depois.

E é muito natural e até desejável que algumas pesquisas tenham dado erradas porque a partir dos erros poderão ser corrigidas. E é também por mesmo motivo que outras pesquisas ou outros estudos podem dar certo agora, mas que no futuro poderão ser revogados. Então como alguém grupo pode chamar os outros que discordam dele de negacionista ou terraplanista?

Este grupo não permite que ninguém questionar a eficiência de lockdown para evitar o contágio da doença, não se permite perguntar sobre as consequências do lockdown sobre a economia e nunca permite discutir sobre a eficiência de vacina, entre outras coisas.

As frases de efeito e prontas são repetidas sem parar: “fique em casa”, “salvamos a vida, depois a economia”, “a vacina protege contra o vírus”, “a eficiência da vacina contra o vírus é de XX%”, “é preciso tomar a segunda dose para reforçar o anticorpo, etc.

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É por isso que quando ouço um grupo usando as palavras negacionista e/ou terraplanista tantas vezes para ridicularizar outros grupos, percebo que o primeiro grupo quer mais é sinalizar “suas virtudes” e impor “suas verdades”.

Ainda mais um grupo que acha que é dono da “verdade”, mostra-se convencido e infalível, não aceita diálogo nem discussão com ninguém, dificilmente reconhece um um possível próprio erro e quando algum erro seu é descoberto, ele o menospreza como se não fosse nada demais.

Este grupo quer impor “sua verdade” aos outros esbravejando, repetindo inúmeras vezes a mesma ladainha, apontando dedos para todos os lados, amedrontando os outros, fazendo gracinha sobre as verdades dos outros baseando muito em marketing.

E é por isso que muitas vezes o grupo soa repetitivo, enfadonho, petulante quando quer convencer alguém e chega até ser agressivo quando encontra resistência. O marketing não faz ninguém dono da verdade.

Meu conselho é: cuidado com os grupos que se acham dono da verdade, que falam bonito e certinho.

Estejam atentos e cuidadosos para tudo o que vocês ouvem ou leem. Pesquisem e estudem para formar suas próprias opiniões. Sejam moderados pra ouvir todos, saibam expressar suas opiniões de maneira serena e reconheçam humildemente os próprios erros sem demora.

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