Tô de Saco Cheio 2

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Umas semanas atrás tirei um dia de folga do trabalho para descansar, principalmente da cabeça!

Quando as coisas se acumulam ou quando elas chegam a um fim eu sempre faço isso: saio da situação para poder pensar e recomeçar as coisas!

No semestre passado escrevi aqui sobre as coisas que me deixaram de saco cheio, mas de uma maneira bem geral. Já que estamos no meio do segundo semestre vou fazer uma outra lista de coisas que têm me deixado louco, ou seja, de saco cheio!

Nem vou reler o que escrevi antes, espero não repetir muito de coisas que me deixavam de saco cheio. Mas tenho certeza que sempre há novas coisas!

Sei que ninguém mais tem a ver com isso, mas preciso desabafar. Acho que gritar para desabafar de vez em quando faz bem, principalmente quando se tem amigos para poder fazer isso! Para minha sorte, além dos amigos, tenho este cantinho aqui para soltar os meus gritos! rs

* Políticos que afirmam ter entendido a insatisfação do povo das últimas manifestações, mas na verdade usam isso para continuar a fazer mais as mesmas coisas de sempre;

* Autoridades que se consideram acima da lei e não respeitam ninguém e nem às instituições;

* Autoridades negando a realidade e ficam reafirmando algo que eles inventaram para convencer as pessoas;

* Parte do povo que usa exclusivamente de sua condição de pobreza para reclamar e reivindicar ajuda do governo ou da sociedade;

* Pessoas que exigem seus “direitos”, mas nunca se lembram de seus deveres;

* Pessoas que se aproveitam das últimas ondas de protestos e manifestações populares para fazerem suas manifestações particulares.
Juntam-se umas 30 pessoas com uma proposta nem pé nem cabeça e já querem fechar avenida Paulista, atrapalhando tanta gente e todo o trânsito da cidade!

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chega
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* Pessoas que não param de querer enfiar na cabeça dos outros aquilo que foi bom para elas e acham que seria bom para os outros.
Aquele remédio que curou sua dor de estômago vai de maneira impreterível curar a dor dos outros ou o regime que a mantém magérrima fará qualquer outro emagrecer, mas de forma insistente e constrangedora.
O que mais irrita é essa insistência incansável e toda conversa que houver entre ambas as partes é só sobre isso!

* Pessoas que tentam conseguir o que querem fazendo chantagem emocional a qualquer momento;
De maneira conscientemente ou inconscientemente declara que tudo aquilo que fez ou faz é de coração: fez isso com muito carinho e fez aquilo com maior prazer. Dá vontade de dizer para pessoa não fazer mais, porque sinto-me emocionalmente sobrecarregado.

* Pessoas que acham que sabem o que você está pensando.
A pessoa olha para sua cara e acha que você está triste e começa a espalhar para todos que você está triste. O problema é convencê-la que você não está triste, o que é muito difícil; mal sabe que daqui a pouco você terá que convencer muitos outros.

* Pessoas pretensiosas que gostam de ensinar tudo e para todos.
O que não falta nesse mundo são pessoas que querem ensinar outros a como viverem. Elas sempre acham que sabem o que outros devem fazer ou se comportar ou tomar quais decisões. Essas pessoas geralmente acham que a sua própria vida é maravilhosa (o que não é na realidade) e precisam “espalhar” sua sabedoria a todos.

* Pessoas que acham que tudo deve ser compartilhado com outras pessoas.
Algumas podem até fazer isso com boas intenções, mas o resultado acaba ficando como exibicionismo e não compartilhamento! Pessoas falando alto ao conversar pelo celular, pessoas compartilhando o que estão ouvindo pelo celular no viva voz nos transportes públicos ou pelo potente som do seu carro, etc.

* Pessoas que querem levar vantagem de tudo e a qualquer momento.
Isso é muito deselegante e muitas vezes chega a ser grotesco. Pessoas abusam quando sabem que um buffet é à vontade (desperdiçam comidas) ou abusam das ligações quando sabem que podem falar à vontade pelo celular (ligam sem necessidade).

* Pessoas mesquinhas que focam sua atenção somente nas exceções.
São pessoas que só veem lado negativo de outras pessoas, são absolutamente capazes de ver algum ponto positivo em outras pessoas. Com isso, o que elas mais fazem é expressar críticas em cima de mais críticas, tornando a vida delas e de outros amarga.

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Protesto 3 (Amadurecimento)

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“A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.” – Luís Fernando Veríssimo

Já estamos na terceira ou quarta semana de manifestações. Aqui em São Paulo onde se iniciou tudo só está tendo algumas manifestações bastante menores e acontecendo mais nas periferias.

Por um lado pudemos ver uma reação dos governantes (a Câmara dos Deputados rejeitou a PEC-37, aprovou o fim de anonimato nas votações de cassação como também o benefício fiscal que pode reduzir tarifas dos transportes. STF quis entrar nessa briga e determina a expedição do mandado de prisão contra deputado corrupto julgado, etc.)

Mas por outro lado a insistência da população em continuar certos protestos está começando a atrapalhar a vida cotidiana da cidade: trânsito, trabalho, comércio, economia, segurança, etc.

Vi pela televisão alguns protestos menores do pessoal da periferia, pessoas segurando cartazes (copiando outros de semanas anteriores) com as reivindicações, querendo paralisar e fechar o que tiver pela frente: avenidas, comércios e repartições públicas…

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Acho que isso ainda vai levar um tempo porque o movimento que se iniciou nas capitais estão agora refletindo também nas periferias e cidades menores. Eles também têm direito de reclamar, mas estão reclamando da mesma coisa que as pessoal da cidade? Com os mesmos cartazes, mesmos discursos e as mesmas reivindicações?!

Eles não têm suas próprias reivindicações? De acordo com suas necessidades? Estão acontecendo algumas manifestações gratuitas e repetitivas, ou seja, manifestação por manifestação, sem propósito e mais pelo prazer de demonstração alheia e aparecer na mídia.

As manifestações começam a cansar e a irritar os próprios cidadãos comuns. Hoje a questão não é mais simplesmente protestar, mas sim protestar organizadamente e iniciar um diálogo para definir as prioridades das reivindicações e pressionar os órgãos responsáveis a fazer as coisas andarem!

Ninguém mais aguenta só manifestações e protestos! É preciso agora ter responsabilidade para continuar exigindo melhoras mas negociando com as lideranças – evitando assim infiltração de baderneiros, oportunistas extremistas ou bandidos que aproveitam a ocasião para cometer crimes contra segurança pública.

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Foi bom botar para fora aquilo que vínhamos pensamos e talvez tenhamos escondido por tanto tempo. Foi bom gritar e demonstrar as nossas insatisfações! E graças a Deus o outro lado, que endureceu de maneira intransigente no começo, pensou melhor e foi cedendo às reações da população e conseguiram não mais reagir de forma violenta às manifestações (exceto contra os aproveitadores, é claro).

Reclamar para melhorar é uma ótima escolha para melhorar ambos os lados: de um lado as pessoas refinam seu padrão de exigência com elegância e do outro lado para atender isso terá que elevar padrão do produto ou do serviço oferecido – causaando um ciclo de melhoria constante de ambas as partes.

Agora se reclamar por reclamar causa estresse de ambos os lados e só torna o convívio mais difícil do que já é. Quantas vezes já vi pessoas muito mal educadas gritando com os atendentes mal pagos e pouco treinados exigindo informações ou serviços incompatíveis com o cargo deles?

Ex.: o que se ganha ao gritar com uma faxineira ou um atendente de uma loja reclamando do preço dos serviços ou dos produtos? E o que se ganha ao machucar o guarda ou xingar um atendente que está trabalhando numa repartição pública?

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Qual criança nunca fez birra? Qual adolescente nunca teve suas revoltas? Qual jovem nunca fez suas loucuras? Mas não é ridículo quando se vê um adulto fazendo birra? Birras como surtos, explosão de raiva, gritaria, etc. Ou seja, adultos que se aborrecem facilmente quando são contrariados.

Mas os “filhos” (o povo) agora também precisam colaborar. Não podem ficar nessa de só reclamar, de continuar com as birras e não fazer nada! Ninguém aguentaria ficar só ouvindo reclamações e exigências – ou se dá um tempo para melhorar ou se separa!

Percebo que antes as pessoas mal sabiam dos seus direitos. Com o passar do tempo, obtendo mais informações e esclarecimentos começaram a exigir seus direitos (o que acho ótimo)! Mas ao mesmo tempo se esquecem dos seus deveres!

As pessoas precisam pelo menos cumprir seus deveres para reclamar dos seus direitos. Quem aguenta ter filhos que só reclamam e que se acham cheio de direitos? Eles exigem comidas, bebidas, roupas, escolas, diversões de qualidade e o que retribuem em troca? Mais e mais exigências como amor, carinho, paciência, etc.

O que os filhos precisam fazer pelo menos? Precisam obedecer aos pais e ajudá-los nas tarefas diárias, respeitar as pessoas, ser amigo e ajudar outras pessoas e estudar muito! Vejo hoje em dia crianças se achando com todo direito de reclamar de tudo e os pais fazendo todas as vontades dos filhos!? Aqui cabem pelo menos uma das tarefas mais importantes dos pais: ensinar!

Ensinar os filhos inclui muito outras coisas além de amar, cuidar e proteger. Não é fazer tudo que os filhos querem, é preciso também outras coisas como conversar, fazer atividades juntos, educar, repreender, dar broncas, etc.

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Um amigo meu leu no seu facebook comentário de um amigo: “finalmente o pessoal daqui do bairro tomou vergonha, teve coragem para fazer um protesto fechando a via expressa para exigir que o governo construa uma passarela” (porque aconteceram muitos acidentes com pessoal atravessando a via expressa que cruzava dois bairros). Meu amigo adorou a notícia e postou meio que ironicamente: “Que legal! Só espero que o pessoal use a passarela”!

Não sejamos simulados em exigir somente mais e mais dos outros sem exigir as mesmas coisas de nós mesmo! Como poder querer sempre que outros consigam fazer tudo aquilo que nós mal conseguimos fazer? É hipocrisia pura!

Está na hora dos filhos crescer, amadurecer e contribuir para sua família e a sociedade em que vive!

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“Eu aprendi que para se crescer como pessoa e preciso me cercar de gente mais inteligente do que eu.” – William Shakespeare
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Unanimidade

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“A justiça é muitas vezes a máscara da irritação.” – Jean Rotrou

Brennan Manning é um orador e escritor bastante polêmico no meio cristão. Já li quase todos os livros dele, entre qual o mais famoso e conhecido é “Evangelho Maltrapilho”, o qual gostei muito. Sei que há uns o elogiando bastante enquanto outros o condenando pela sua fórmula simplista do evangelho.

Quando dizemos que ninguém é unânime chega a ser clichê, mas o mundo anda procurando um santo que agrade todos. As pessoas querem somente exemplo de pessoas santas (que nunca pecam e nunca erram) mas ao mesmo tempo o discurso destas pessoas têm que ser agradável, a gosto do freguês.

Por que ainda as pessoas estão procurando algum santo? Tirando crianças, está mais do que na hora de perceber que todos são seres humanos, somos todos pecadores. Até na bíblia pudemos ver os maiores exemplos cometendo erros e erros graves como Moisés, rei Davi, Paulo, entre outros. Como eles hoje estão mortos e até já viraram personagens místicos, muitas pessoas os acham santos e grandes exemplos a serem seguidos.

Lembro de uns anos atrás o representante maior da comunidade evangélica era o Caio Fábio, os livros dele viravam sempre best sellers. Hoje muitas igrejas pedem até para membros não lesse mais os livros dele porque acham que são heresias, isso porque ele fez alguma coisa errada. O que me deixa intrigado é que tudo que ele falava antes da queda era considerado “certo” mas depois tudo que era “certo” virou “errado”? Nada do que ele pregava antes ou ainda prega vale mais nada? Por causa de um erro usas-se uma borracha para apagar tudo que ele tinha feito “certo” antes?

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Sei que é um assunto polêmico mas prefiro ver tudo ou ler tudo e tirar o melhor de cada um! Não é porque um autor está na moda então tudo que ele fala está certo como também não é porque algum autor errou então tudo que ele escreveu está errado! E não só com pastores ou autores de livros, mas de quaisquer pessoas.

As pessoas mais humildes que têm o que ensinar aos outros são aqueles que já erraram e confessaram seus próprios erros! Geralmente essas pessoas são discriminadas e isoladas se forem para igrejas, dessa maneira a igreja perde oportunidade de aproveitar experiência dessas pessas pessoas e integrá-las junto aos seus membros.

Não é uma crítica, mas apenas constatação de um fato: igreja é onde se seleciona pessoas santas para irem ao céu? Se as pessoas da igreja fossem realmente santos e o que pregam são boas novas tão maravilhosos, por que não conseguem atrair mais pessoas?

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Deixem as Pessoas Viverem Suas Vidas

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“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” – Charles Chaplin

Já perceberam que as pessoas sempre sabem o que é melhor para vida dos outros? As pessoas gostam de dar palpites na vida dos outros, muitas vezes não por mal. Olhando de fora e sem envolvimentos emocionais é mais fácil, por isso acabam julgando a vida dos outros, seja para condenar o que erraram ou para ensinar o que devem fazer ou não! Quem está no meio de uma situação geralmente está envolvido emocionalmente e dificilmente faz as melhores escolhas.

Precisamos da razão e livrando-se ao máximo das emoções para tomarmos as melhores decisões. Mas isso nunca é fácil, pois somos os principais envolvidos da história! Dentro dela há muita coisas envolvidas para se lidar como: raiva, amor, amizade, fidelidade, dinheiro, respeito, traição, insegurança, etc. Somos “cegados” por tudo isso e acabamos geralmente tomando não as melhores decisões mas os mais convenientes para sairmos de uma situação incômoda.

Mas se essas pessoas que gostam de dar palpites na vida dos outros olhassem para suas próprias vidas geralmente não teriam muito do que se orgulhar, elas mesmas estão envolvidas nas suas próprias vidas e não conseguem mudar muitas coisa. Na maioria das vezes, suas vidas não são bons exemplos para outras pessoas, muitas vezes tomam as mesma decisões daquela pessoas que elas criticam.

As pessoas que conseguem um sucesso na vida geralmente são pessoas mais simples e discretas. Elas sabem das dificuldades por experiência própria, então elas estão sempre se autoexaminando, cuidando e melhorando suas vidas porque sabem o quanto é difícil manter esse equilíbrio. Sabem que isso é um processo contínuo e interminável então se controlam para cuidar da sua própria vida sem meter dedo na vida dos outros.

Essas pessoas não se acham que devem ficar ensinando os outros. Elas são humildes para reconhecer que já erraram e acertaram, continuam errando e acertando e sabem que o futuro é incerto e querem aprender com isso. Elas não ficam dando conselhos porque os bons conselhos não são ensinados mas sim compartilhados, por isso na maioria das vezes são requisitadas pelas pessoas procurando conselhos. Quando elas falam elas não ensinam, mas compartilham de suas experiências mostrando tudo que se passaram nas suas vidas – sendo o mais imparcial possível e sem condenar ninguém.

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Deixemos outros viverem a vida deles, cada um da sua maneira. Vamos apreciar a peculiaridade de vida de cada um, aprendamos com seus erros e aplaudamos seus acertos!
Se nossa vida é tão boa assim as pessoas com certeza nos procurarão querendo saber mais – aí sintamos livres para compartilhar nossas experiências com elas, estimulando sua própria aprendizagem!